Os livros do profetismo contêm palavras de Deus e dos profetas. Além disso encontra-se me forma de narrativa parte da biografia (fictícia) do profeta. Estes relatos narrativos, geralmente colocados no início do profeta, estão a serviço do anuncio da palavra. Legitima-se o assunto através destas narrações, bem como do relato de vocações, visões e audições. A história de suas realizações destaca e concretiza a mensagem anunciada. Existe uma forma básica do discurso profético onde se destaca a autocompreensão dos profetas: a palavra justificada de juízo ou o anúncio justificado de condenação.
1 – O profeta se apresenta como mensageiro enviado de javé, cuja função oficial é anunciar a palavra de Deus que o próprio Javé lhe deu.
2 – O dito do mensageiro situa-se entre a crítica do presente e uma declaração para sobre o futuro. Sobre o futuro, a palavra do profeta está totalmente na dimensão de Javé e sobre o presente, podemos entender que havia uma “produção própria” onde o profeta, utilizando seu carisma fornece fundamentação da verdade da palavra de Deus. Olhando para esta forma básica temos os seguintes elementos da autocompreensão do profeta:
A – Ele é o portador de palavras concretas de Deus e precisa comunicá-la sem perguntas ou sem contemporizá-las.
B – De tudo aquilo que o profeta recebe, ele tem a possibilidade da análise contrária e da critica do presente.
C – O profeta leva a palavra às instancias que gerem publicidade para a palavra (Rei, dirigentes, sacerdotes e também ao povo).
D – O profeta é crítico, visionário e “protestante” e sua única legitimação é sua experiência direta com Deus.
Profetismo “verdadeiro” e “falso”
A comunicação das palavras de Javé de forma atual, concreta e sem contemporizar, torna o profetismo legítimo até para criticar o que é considerado sagrado. Em função disso, os profetas “escriturísticos” se opuseram “aos profetas”, que era uma instituição profética do templo dou da corte que também diziam ter recebido as palavras diretamente de Deus. Sob essa óptica foi desenvolvido 5 critérios para revelar o “verdadeiro” profetismo:
1 – A salvação não é uma certeza. Havia um discurso crítico e provocante. (cf Mq. 2.11)
2 – Não há arrogância e autoconfiança na apresentação do profeta (cf. Jr. 27s)
3 –Verdadeiros profetas não são “assalariados”, sendo, portanto independentes e livres (cf. Am. 7.10-17).
4 –A vida do profeta condiz com a mensagem (cf. Jr. 23.14).
5 – Há uma “voz vocacionada” e não uma procura pela atividade de profeta. Muitas vezes, ele o é contra sua própria vontade (cf. Is. 6).
Profetismo fora de Israel
Neemias 22-24 fala do “vidente” Bileâm da Transjordânia, conhecido pelas inscrições encontradas nos séc. IX ou VIII a.C. Temos, também, o relato da luta de Elias contra 450 profetas dos baalim (1Rs. 18.18). Jeremias discute com os acompanhantes proféticos de delegações de estrangeiros que visitaram Israel (Jr. 27.9). A visão comparativa entre os profetismo do antigo oriente e de Israel é a seguinte:
1 – Há muitos pontos em comum entre o profetismo do mundo envolvente e o da corte e do templo de Israel. Os textos do antigo Oriente mostram de forma historicamente mais adequada o “profetismo de salvação” que a Bíblia hebraica menciona de forma marginal e polêmica.
2 – Diante do pano de fundo do profetismo do antigo Oriente dão aos profetas de oposição em Israel um perfil ainda mais marcante, sobretudo no que se refere aos questionamentos sociais e éticos. Em parte alguma os profetas do antigo Oriente se preocupam com a sorte do povo, como acontecia em Israel.
3 – Mesmo tendo sido colecionadas e arquivadas, as palavras dos profetas do antigo Oriente não foram o ponto de partida da formação de uma tradição que fosse comparável à “interpretação profética dos profetas”.
Relevância do profetismo
O profetismo dá o corretivo necessário às instituições políticas e cultuais. Há registros em Dt. 17,8-18,22 onde se percebe a idéia que o carisma profético é aquele poder acima do reinado, juízes e sacerdotes. Diante dos profetas, em caso de conflito, estes três poderes precisam se legitimar. Por serem críticos e visionários, os profetas de Israel revelam onde e por que Israel se afastou de sua missão e proclamam um novo mundo futuro, que supera a realidade existente. Eles criticam, observando a história passada, a história presente combatendo a fé errônea de que tudo precisa continuar como está. Projetam “sonhos divinos de um futuro, que trará perfeição à história a despeito de toda evidência contrária”. Relativizam o poder dos poderosos e a fraqueza dos impotentes. Os profetas “foram e continuam sendo a necessária provocação de Deus em todas as esferas da vida social e religiosa”.
1 – O profeta se apresenta como mensageiro enviado de javé, cuja função oficial é anunciar a palavra de Deus que o próprio Javé lhe deu.
2 – O dito do mensageiro situa-se entre a crítica do presente e uma declaração para sobre o futuro. Sobre o futuro, a palavra do profeta está totalmente na dimensão de Javé e sobre o presente, podemos entender que havia uma “produção própria” onde o profeta, utilizando seu carisma fornece fundamentação da verdade da palavra de Deus. Olhando para esta forma básica temos os seguintes elementos da autocompreensão do profeta:
A – Ele é o portador de palavras concretas de Deus e precisa comunicá-la sem perguntas ou sem contemporizá-las.
B – De tudo aquilo que o profeta recebe, ele tem a possibilidade da análise contrária e da critica do presente.
C – O profeta leva a palavra às instancias que gerem publicidade para a palavra (Rei, dirigentes, sacerdotes e também ao povo).
D – O profeta é crítico, visionário e “protestante” e sua única legitimação é sua experiência direta com Deus.
Profetismo “verdadeiro” e “falso”
A comunicação das palavras de Javé de forma atual, concreta e sem contemporizar, torna o profetismo legítimo até para criticar o que é considerado sagrado. Em função disso, os profetas “escriturísticos” se opuseram “aos profetas”, que era uma instituição profética do templo dou da corte que também diziam ter recebido as palavras diretamente de Deus. Sob essa óptica foi desenvolvido 5 critérios para revelar o “verdadeiro” profetismo:
1 – A salvação não é uma certeza. Havia um discurso crítico e provocante. (cf Mq. 2.11)
2 – Não há arrogância e autoconfiança na apresentação do profeta (cf. Jr. 27s)
3 –Verdadeiros profetas não são “assalariados”, sendo, portanto independentes e livres (cf. Am. 7.10-17).
4 –A vida do profeta condiz com a mensagem (cf. Jr. 23.14).
5 – Há uma “voz vocacionada” e não uma procura pela atividade de profeta. Muitas vezes, ele o é contra sua própria vontade (cf. Is. 6).
Profetismo fora de Israel
Neemias 22-24 fala do “vidente” Bileâm da Transjordânia, conhecido pelas inscrições encontradas nos séc. IX ou VIII a.C. Temos, também, o relato da luta de Elias contra 450 profetas dos baalim (1Rs. 18.18). Jeremias discute com os acompanhantes proféticos de delegações de estrangeiros que visitaram Israel (Jr. 27.9). A visão comparativa entre os profetismo do antigo oriente e de Israel é a seguinte:
1 – Há muitos pontos em comum entre o profetismo do mundo envolvente e o da corte e do templo de Israel. Os textos do antigo Oriente mostram de forma historicamente mais adequada o “profetismo de salvação” que a Bíblia hebraica menciona de forma marginal e polêmica.
2 – Diante do pano de fundo do profetismo do antigo Oriente dão aos profetas de oposição em Israel um perfil ainda mais marcante, sobretudo no que se refere aos questionamentos sociais e éticos. Em parte alguma os profetas do antigo Oriente se preocupam com a sorte do povo, como acontecia em Israel.
3 – Mesmo tendo sido colecionadas e arquivadas, as palavras dos profetas do antigo Oriente não foram o ponto de partida da formação de uma tradição que fosse comparável à “interpretação profética dos profetas”.
Relevância do profetismo
O profetismo dá o corretivo necessário às instituições políticas e cultuais. Há registros em Dt. 17,8-18,22 onde se percebe a idéia que o carisma profético é aquele poder acima do reinado, juízes e sacerdotes. Diante dos profetas, em caso de conflito, estes três poderes precisam se legitimar. Por serem críticos e visionários, os profetas de Israel revelam onde e por que Israel se afastou de sua missão e proclamam um novo mundo futuro, que supera a realidade existente. Eles criticam, observando a história passada, a história presente combatendo a fé errônea de que tudo precisa continuar como está. Projetam “sonhos divinos de um futuro, que trará perfeição à história a despeito de toda evidência contrária”. Relativizam o poder dos poderosos e a fraqueza dos impotentes. Os profetas “foram e continuam sendo a necessária provocação de Deus em todas as esferas da vida social e religiosa”.
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