Seja bem-vindo

A proposta é descrever o que penso, sem o compromisso de fazer pensar como eu penso. É também um questionar de algumas situações que me cercam, me alegram, me incomodam, enfim, me descontroem e me constroem a cada dia. Pensar sem medo de fazer um auto-flagelo de idéias que devem ser maltratadas a ponto de serem expurgadas, se preciso for. Pensar e repensar no que creio e no que deixo de crer.

Se eu conseguir pensar sobre o que penso e de alguma forma multiplicar o que penso, seja para que outros pensem parecido, ou para que outros pensem exatamente o contrário do que penso, me fazendo repensar, ficarei satisfeito.

(no começo, eram reflexões sobre as aulas de Teologia no Centro Universitário Bennet)

2.2.07

Crendo contra a esperança

“Ronildo como está o tempo aí? Ronildo como está o tempo aí, é urgente?! Aqui está trovejando. Aqui está armando o maior temporal!” – Aninha da IBA.

“E Ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança. E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” – Evangelho de Marcos.

Hoje vou falar um pouco sobre uma experiência simples, mas que tenho certeza, alegrou o coração de muita gente.

Quando vemos Jesus tranquilamente acalmando aquela tempestade, podemos perceber que o que menos lhe preocupava era a própria tempestade. Ele simplesmente dormia. Quantos de nós, por um problema menor que uma grande tempestade, perde a noite de sono e atravessa madrugadas no desespero de quem não tem Jesus dormindo no mesmo barco?

Não tenho dúvidas de que Jesus nem precisava acalmar a tempestade. Creio que ele tinha poder para passar com aquele barquinho no meio de um mar mais tempestuoso que o mar da Galiléia. Entretanto, Ele conhece nossos corações e sabe que, como seres humanos que somos, muito menos que uma demonstração pública de Seu poder, o que nós precisamos é que a tempestade se acalme.

Na sexta-feira, 26/01/2007 estava programado um lual com os adolescentes Batistas cariocas. Depois de uma semana de sol maravilhoso, chegamos na sexta feira com algumas nuvens pela manhã e previsões nada agradáveis de chuva no fim da tarde e a noite. Era tudo que não queríamos. Os adolescentes e seus líderes já viviam a expectativa desse evento, desde o finalzinho de 2006 e com certeza muitos já tinham planos traçados para aquela noite.

Confesso que passei o dia olhando pela janela da empresa onde trabalho com receio de que numa dessas olhadas eu visse chuva caindo.

Bem no fim do dia, lá pelas 17h00min, recebo um recado via MSN desesperado. Era a Aninha (a melhor chefe de multimídia do Brasil) perguntando num desespero tão grande que num exercício de imaginação, quase dava pra ouvir seu coração batendo. Ela queria saber como estava o tempo, pois de onde ela estava a visão era de uma tempestade que se aproximava. Olhei mais uma vez pela janela, vi algumas nuvens, mas vi o sol também e tentei tranqüiliza - lá. Digo tentei, pois era perceptível a sua intranqüilidade.

Fui pela orla até o local programado para o lual e tudo estava bem, com um sol maravilhoso e algumas nuvens bem esparsas.

Liguei para casa e recebi da Lya (a melhor mulher do universo) o relato não muito convincente de que estava chovendo um pouquinho, mas que ela achava que ia parar logo. Parecia-me que ela queria me dar algum alento diante da possibilidade de um lual frustrado pela chuva que se aproximava.

Quando estava próximo a minha casa, percebi que algo poderia dar errado. Chovia muito e aquele sol já não era mais visível.

Nada foi cancelado e partimos para o lual, não antes sem tomar conhecimento pela Helen (a melhor filha do universo) de que se estava chovendo torrencialmente em casa as 21h00min, provavelmente a chuva nos acompanharia até o lual.

Quando estávamos distante de casa uns 10 km, a chuva já não existia, o chão estava seco e a esperança renasceu. Todavia, não durou muito tempo, pois quando estávamos a uns 15 minutos do local do lual, a chuva voltou a cair e nessa altura, confesso que minha esperança acabara de morrer. Mesmo que pela manhã eu tenha descido no local do lual e pedido ao pai que cuidasse de todas as coisas, confesso que não era esse tipo de cuidado – a chuva – , que eu esperava.

A história prossegue, e quando chegamos ao local, encontramos alguns líderes da ABC, organizando o lual e nenhum sinal de chuva.

Se a história terminasse aqui, era só festejar, mas o Pai quis que fosse diferente. Por volta das 22h40min fomos buscar o jovem responsável por compartilhar conosco o que Deus colocara no seu coração. Pra nossa nada agradável surpresa, no caminho para a igreja de onde viria o pregador, começou a chover e aí, minha esperança, que já havia morrido e ressuscitado por duas vezes, acabava de morrer e ser enterrada definitivamente. Dentro de mim eu pensava: “se numa distância de pouco mais que 5 minutos chove desse jeito, daqui a pouco lá estará chovendo também.”

Somos assim mesmo. Ainda que creiamos que Jesus pode acalmar tempestades, não suportamos vê-lo dormindo. Mas contra todas as probabilidades, passamos uma madrugada toda sem que sequer serenasse. Havia nuvens no céu, mas todas elas sobre o controle da mão do Pai.

No finalzinho do lual, pude lembrar-me do que havia falado com a Andréia (a melhor amizade adquirida em 2006, junto com o Guto). Diante das dúvidas, eu dissera: “Tempos, ventos e estações e principalmente filhos estão nas mãos do Pai. Ele sabe com certeza o que desejamos e o que é melhor pra nós”.

Nesse lual, eu aprendi como é crer contra a esperança e foi muito bom saber que nossa esperança está em Deus.

Um comentário:

Anônimo disse...

[i]Gostei do texto hein...

lider forever...rs...

fui...