Seja bem-vindo

A proposta é descrever o que penso, sem o compromisso de fazer pensar como eu penso. É também um questionar de algumas situações que me cercam, me alegram, me incomodam, enfim, me descontroem e me constroem a cada dia. Pensar sem medo de fazer um auto-flagelo de idéias que devem ser maltratadas a ponto de serem expurgadas, se preciso for. Pensar e repensar no que creio e no que deixo de crer.

Se eu conseguir pensar sobre o que penso e de alguma forma multiplicar o que penso, seja para que outros pensem parecido, ou para que outros pensem exatamente o contrário do que penso, me fazendo repensar, ficarei satisfeito.

(no começo, eram reflexões sobre as aulas de Teologia no Centro Universitário Bennet)

21.9.04

Antigo Testamento - O surgimento do Pentateuco Segundo Erich Zenger

Erich Zenger parte do princípio que houve círculos de narrações a partir de 900 a.C e, a partir de 700 a.C, surge um modelo histórico-redacional de duas ou três fontes. Zenger resume assim o seu modelo:

1. O Pentateuco teria surgido de 3 fontes: textos não sacerdotais, textos sacerdotais e textos Deuteronomista, que tiveram suas próprias trajetórias até formar o Pentateuco.

2. Os primórdios da formação permanecem obscuros e ele supõe que duas formas literárias básicas do Pentateuco (narração e formulação de Leis) foram transmitidas ao longo desses anos respeitando as características de épocas, lugares, ética do clã, etc, para depois reunirem-se em círculos narrativos menores ou maiores em coletâneas rituais e legais.

3. A partir de 690 a.C, como reflexo da ruína do reino do norte em 722 a.C, surge a obra historiográfica de Jerusalém ou Livro histórico Jeovista. Existiam ciclos narrativos sobre os primórdios de Israel que foram compilados formando uma obra histórico-teológica. No Exílio esta obra foi ampliada e acrescida do antigo código da aliança, tendo como resultado a “obra historiográfica exílica”.

4. Em 520 a.C, no exílio na Babilônia, surge o que Zenger chama de escrito básico sacerdotal, por conter uma linguagem e teologia sacerdotais. Tem um caráter contrário à obra historiográfica exilica que não contém uma teologia sacerdotal. Inspira-se na teologia dos profetas Ezequiel e Jeremias e no Deutero-Isaias. Chegou com os repatriados do exílio e foi enriquecida com materiais do culto, lei e santidade.

5. A corrente de transmissão destacável do Pentateuco na forma do livro do Deuteronômio, que tem na sua fase mais antiga uma coletânea de leis sem nexo narrativo, é denominado Deuteronômio de Ezequias por ter surgido na época do reinado de Ezequias (700 a.C). É teologicamente próximo à obra historiográfica de Jerusalém. Foi ampliado sob Josias, constituindo no tempo do exílio uma parte da obra historiográfica deuteronomista abrangente.

6. Há duas explicações sobre como as “três fontes” formaram o Pentateuco:
a) Por volta de 450 a.C foram juntadas as correntes não-sacerdotal e sacerdotal até que sob a supervisão de Esdras, por volta de 400 a.C surgiu o Pentateuco pela inclusão de Deuteronômio.

b) A última fase do Pentateuco não é constituída pela introdução de deuteronômio, mas da corrente sacerdotal, que se dá na grande obra historiográfica, por volta de 550 a.C.

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