Amigos da turma e amigos leitores. Esse texto não é nenhuma consideração de matérias da faculdade. Acho que o objetivo dele é somente considerar sobre a vida, sobre mim mesmo.
Este reinício tem sido um tanto quanto traumático pra mim. Vocês partilharam dos mesmos problemas administrativos da faculdade e sabem que isso foi (e ainda é) muito chato.
Aliado a isso, tive perdas irreparáveis no começo do ano e isso dói. Aliás dor é algo que, infelizmente nossa sociedade pseudo-religiosa trata como se fosse coisa de outro mundo. A maioria de nós mesmos nos descreve de uma forma tão absurda que ao invés de sermos vistos como homens que sofrem, mas parece que deveríamos usar aquela roupa ridícula de Super-Homem.
Estou me questionando os porquês disso tudo. Por que não se pode sofrer, chorar, angustiar-se, deprimir-se?
Somos sempre levados a pensar que o Eterno resolve todos os nossos problemas, que está sempre conosco, que nos dá a mão quando precisamos e todas estas coisas que vocês conhecem de sobra.
Na maioria das vezes não nos é permitido ser aquilo que considero ser o que de melhor nós temos: Falíveis.
Temos que acertar sempre; não podemos nos deixar cair em tentação; não podemos viver uma vida simples como qualquer mortal porque sempre haverá um a apontar as falhas.
Homens sofrem, sentem dores, falham, se corrompem e esta realidade não tem como ser simplesmente apagada. Nunca vi o Filho negando esta realidade tão presente na humanidade.
Acho que estou meio melancólico, mas é o que sinto e não vou ficar me vestindo de uma persona que mostra para o meu exterior que tudo vai bem quando não é isso que vejo.
A esperança é só uma: que Ele, o Eterno, continue nos vendo da forma que Ele sempre viu: somos falhos e não sabemos o que fazemos.
Que Ele continue sempre nos permitindo sofrer, chorar, inquietar e sobre tudo ser o que mais sabemos ser: seres humanos.
Este reinício tem sido um tanto quanto traumático pra mim. Vocês partilharam dos mesmos problemas administrativos da faculdade e sabem que isso foi (e ainda é) muito chato.
Aliado a isso, tive perdas irreparáveis no começo do ano e isso dói. Aliás dor é algo que, infelizmente nossa sociedade pseudo-religiosa trata como se fosse coisa de outro mundo. A maioria de nós mesmos nos descreve de uma forma tão absurda que ao invés de sermos vistos como homens que sofrem, mas parece que deveríamos usar aquela roupa ridícula de Super-Homem.
Estou me questionando os porquês disso tudo. Por que não se pode sofrer, chorar, angustiar-se, deprimir-se?
Somos sempre levados a pensar que o Eterno resolve todos os nossos problemas, que está sempre conosco, que nos dá a mão quando precisamos e todas estas coisas que vocês conhecem de sobra.
Na maioria das vezes não nos é permitido ser aquilo que considero ser o que de melhor nós temos: Falíveis.
Temos que acertar sempre; não podemos nos deixar cair em tentação; não podemos viver uma vida simples como qualquer mortal porque sempre haverá um a apontar as falhas.
Homens sofrem, sentem dores, falham, se corrompem e esta realidade não tem como ser simplesmente apagada. Nunca vi o Filho negando esta realidade tão presente na humanidade.
Acho que estou meio melancólico, mas é o que sinto e não vou ficar me vestindo de uma persona que mostra para o meu exterior que tudo vai bem quando não é isso que vejo.
A esperança é só uma: que Ele, o Eterno, continue nos vendo da forma que Ele sempre viu: somos falhos e não sabemos o que fazemos.
Que Ele continue sempre nos permitindo sofrer, chorar, inquietar e sobre tudo ser o que mais sabemos ser: seres humanos.
3 comentários:
Pastor Ronildo, meu amigo,
de fato, o Filho nunca negou a realidade do sofrimento humano - realidade inerente a ele mesmo ("minha alma está angustiada até a morte...") -; Contudo, o Mestre era otimista... leu o texto messiânico na sinagoga e afirmou: "hoje se cumpriu esta profecia...". Ora, há muitos outros textos no livro de Isaías, sobretudo, que apontam para o sofrimento dele - os textos sobre o Servo sofredor de Iahweh - e o Senhor, certamente, os conhecia, mas não os leu; escolheu proclamar o Evangelho, a boa notícia de Deus, ao invés daquilo que lhe estava destinado como sofrimento. Ele não se alienou do sofrimento; compartilhou-o com seus discípulos no momento oportuno, mas o destino que o aguardava não o engessou. E às vezes pensamos apenas no sofrimento da cruz, mas Jesus sofreu muito em todo seu ministério.
É interessante que o evangelho de Marcos, o mais antigo, não tenta modificar àqueles que cercavam Jesus. Desse modo, os discípulos, assim como Pedro, não compreendem a natureza do ministério de Jesus e porquê ele deveria sofrer. Marcos apresenta também questões entre Jesus e seus parentes, a mãe dele inclusive ("quem é minha mãe, quem são meus irmãos?")... de acordo com o evangelho de Marcos, o verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que compartilha com ele a cruz ("quem quiser vir após mim... tome a sua cruz e siga-me")
Os Pais se afastaram do cerne do Evangelho quando se deixaram absorver pelas questões acerca da natureza de Jesus - se Ele era homem, ou Deus, ou os dois e, nesse caso, qual o percentual de cada componente nessa mistura (como se o Mestre fosse o resultado de alguma ligação química natural). Contudo, os discípulos também não o compreendiam: eles aguardaram, até o último minuto, que Jesus se revelasse o Super-Messias... lembra-se da pergunta de Tomé, acerca do tempo em que seria restaurado o Reino a Israel ?
Talvez a questão de hoje seja a "síndrome dos doze": somos discípulos de Jesus, mas queremos um outro, que seja conquistador, forte, poderoso, o filho de David, Leão da Tribo de Judá. Se sirvo a esse Deus, concluo que sobre minha não vale encantamento e praga alguma chegará a minha tenda, mil cairão ao meu lado, dez mil a minha direita e eu não serei atingido, nunca jamais !
Antigamente, eu pensava que se estivesse em um avião a dez mil pés de altitude e o mesmo caísse, com certeza eu sobreviveria, por que Deus era comigo. Também acreditava que não teria qualquer doença prematura, que pudesse me levar a morte. Quando cometia alguma "pecado sério" ficava com muita culpa e, nesse caso, pensava estar sujeito à ação de Satanás e que o mesmo teria "legalidade" sobre minha vida, e que me adviria todo tipo de mal, calamidades, mazelas.
Há pouco tempo, li um comentário que o Rev. Caio Fábio fez sobre o livro "porque coisas ruins acontecem a pessoas boas?". Ele replica: "Por que ainda acontece coisas boas a homens como nós?".
A vida do gênero humano é de sofrimento; nossa condição é de vulnerabilidade, de perplexidade e, por conseqüência, de temor e tremor diante do desconhecido. Contudo, não podemos ser fatalistas. A condição humana é inerente ao seu humano, é a grande necessidade do Homem e o que gera nossos maiores conflitos, dores, mas que também nos proporciona o vir a ser, pois a angustia do ser o move, o transforma. Contudo - talvez, sobretudo - cada um escolhe o seu caminho: é "gemendo e chorando" que a gente caminha; mas há um tempo de se alegrar, também, de rir... a vida não é apenas sofrimento; contudo, talvez seja mais sofrimento; há não ser que se tente alienar das questões mais pertinentes a nós mesmos... porém, não seria isso a negação do ser humano e um rebaixamento a condição animal - os animais não refletem, questionam ou pensam em que condições reduziriam seus sofrimentos, ou alcançariam plena felicidade...
No filme "o náufrago", há uma cena em que o personagem de Tom Hanks está muito triste, pois estava de volta a sua vida quotidiana, "normal", mas sua mulher, a qual havia sido a grande motivação para que ele permanecesse vivo, havia se casado com outro homem, por pensar que ele havia morrido, e sendo assim, ele a havia perdido. Contudo, ele somente consegue fugir daquela ilha desolada por que a maré lho havia trazido uma vela. Ele diz: "Apesar de tudo, amanhã será um novo dia... o sol irá nascer e brilhar novamente: quem sabe o que a maré me trará?
Hoje é um dia de sofrimento - "tempo de chorar" -; mas "basta a cada dia o seu mal, o seu sofrimento" - sem o negar e se conformar com ele, mas se transformar, vir a ser, também, por meio dele... Afinal, amanhã, "quem sabe o que a maré me trará?"
"Amanhã outro dia
Lua sai, ventania
Abraça uma nuvem
Que passa no ar
Beija, brinca
E deixa passar" (Djavan)
Bom, espero não haver sido muito prolixo e haver dito alguma coisa util - já havia um "escrito básico" para lhe enviar mas acabei fazendo alguns "acréscimos" posteriores, e como estou sem tempo por causa da "perseguição" (risos), talvez o texto pareça um pouco bagunçado e desconexo; mas estou escrevendo o que me vem a mente-coração.
Em Jesus,
Geilson Araujo.
Olá Pastor Ronildo, na verdade não sabia que era pastor! Deus abençoe.
Que pena que não consegui acessar as fotos. Mas aguardarei para finalizar minha montagem!
Gostei do blog e prometo voltar.
Eu tenho um lema: Desistir? Nunca. Por isso precisamos seguir em frente mesmo quando caímos pois Ele nos levanta!
Shalom!
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