Seja bem-vindo

A proposta é descrever o que penso, sem o compromisso de fazer pensar como eu penso. É também um questionar de algumas situações que me cercam, me alegram, me incomodam, enfim, me descontroem e me constroem a cada dia. Pensar sem medo de fazer um auto-flagelo de idéias que devem ser maltratadas a ponto de serem expurgadas, se preciso for. Pensar e repensar no que creio e no que deixo de crer.

Se eu conseguir pensar sobre o que penso e de alguma forma multiplicar o que penso, seja para que outros pensem parecido, ou para que outros pensem exatamente o contrário do que penso, me fazendo repensar, ficarei satisfeito.

(no começo, eram reflexões sobre as aulas de Teologia no Centro Universitário Bennet)

30.8.04

Terceira semana

Das aulas de Língua Portuguesa, não tenho muito a falar. Na realidade não são tão empolgantes como as outras. E que me perdoe o professor, mas é assim que vejo.

Finalmente História da Igreja! Fomos informados que a matéria trataria da história da igreja em todas as suas nuances, não deixando de lado nem mesmo aquilo que normalmente colocamos como menos importante. “A igreja é uma comunidade de pecadores e não de santos” Com esta afirmativa, fomos levados a pensar no fato de que Deus é muito mais poderoso do que imaginamos. Ele não é um deus (minúsculo mesmo) que está sujeito a nossa vontade. Ele é um Deus (maiúsculo) tão poderoso, que faz o que quer e não faz o que não quer e quando faz o que quer tem poder de fazer com quem achar melhor, independente de ser esta pessoa, boa, má, fiel, infiel, Abraão, Davi , Jacó, ou até mesmo eu. A igreja tem seus problemas, ao longo da história exatamente por ser formada por estes tipos de pessoas. E tem seu sucesso, exatamente por estes tipos de pessoas aceitarem a atuação de Deus em suas Vidas. Nesse sentido, Deus age em mim, através de mim e apesar de mim. Ao contrário do que muitos pensam, a igreja não teve um início como religião isolada. Era muito mais uma facção do Judaísmo, e assim permaneceu por algum tempo.

Conhecemos as quatro grandes teorias em Psicologia . As causas dos problemas no comportamento humano estão em suas bases físicas. Assim fala a teoria biofísica. Pergunta-se então, que elementos biofísicos estão presentes no comportamento humano. “Eu sou o meu genoma e meu DNA”. Temos nesta perspectivas olhares quase que definitivos quando ouvimos “descobrimos o gen da dor”. A tendência é interferir no processo da dor através de medicamentos. Cura-se a dor, mas as origens são ignoradas.
As teorias sócio-comportamentais trazem a idéia de que o comportamento do ser humano está associado ao meio em que ele vive. Nesse sentido, se mudarmos o ser humano de ambiente, interferimos em seu comportamento.
O homem se comporta em função de seu psiquismo consciente. Assim diz a teoria fenomenológica. A pergunta é “por que você está sempre envolvido neste tipo de comportamento?” Trata-se de confrontar o indivíduo com seus próprios desejos, numa perspectiva consciente.
O ser humano não tem consciência de suas escolhas, pois é movido por um sujeito do qual não tem consciência. É desta forma que a teoria intrapsíquica entende o comportamento do ser humano. A grande escola desta teoria é a psicanálise.

Em Filosofia, continuamos a ver as definições de filosofia. Ainda não avançamos além de definições. Quando nos depararmos com os grandes pensadores, as novidades serão maiores

Começamos a ver o Pentateuco. Fomos informados que, devido ao estilo de escrita e alguns pontos de tensões, o Pentateuco foi escrito por mais de uma pessoa e não somente por Moisés, como se acredita. Ao chamar Deus por nomes diferentes e ao tratar da questão do dízimo com três alternativas diferentes, temos a idéia de que Pentateuco não foi escrito por uma pessoa só. Nesta ocasião, mais uma vez confundiu-se igreja com sala de aula. Isto é ruim, pois a matéria foi colocada em segundo plano.

Devemos escrever para os outros e não para nós mesmos. Esta é a síntese da Metodologia de estudos universitários.

O alfabeto hebraico, mais uma vez desafiando meus péssimos dotes artísticos, terminou uma semana que foi recheada de grandes conflitos.

Até a próxima....

23.8.04

Segunda Semana

Passada a primeira semana, cá estou eu começando realmente os estudos. Ainda há uma certa distância entre os alunos, o que considero perfeitamente natural.

Foi agradável estar presente no debate com os alunos de um curso de Teologia dos E.U.A. Foi bom ver que há muita lucidez em aluno(s) no primeiro período, assim como muita falta dela em aluno(s) de períodos mais avançados. Isso mostrou-me que lucidez diante de determinados assuntos, não depende do curso, e sim do aluno.

Foi interessante o primeiro contato com a Psicologia. Como é complicado ser humano. Somos o único ser na face da terra que conhece sua própria finitude. Isso as vezes dói e causa uma grande angústia.

"Filosóficamente falando, somos todos inteligentes". Este foi um grande conforto que a Filosofia nos deu. Começamos a entender que Filosofia não é o "bicho de não sei quantas cabeças" que muitos acreditam ser. Saber que Filosofia é uma pergunta e que quem pergunta pela identidade e realidade de alguma coisa está filosofando, deixou-me um pouco mais calmo. Afinal, não é tão difícil (ao menos por agora) entender essa definição. Como teria sido mais fácil, se já no meu ensino médio fosse dito desta forma.

O Antigo Testamento começou a ser descortinado, não sob a ótica da fé, mas da pesquisa científica. Foi minha primeira experiência nesse sentido e para mim, foi muito bom. Foi fácil perceber que alguns alunos estão ainda com a mente fechada, não querendo aceitar o discurso voltado para a ciência. Quem quiser saber um pouco mais sobre a história de Israel, pode acessar www.airtonjo.com/historia.htm

Como não podia deixar de ser, iniciamos em Metodologia de Estudos Universitários. Não me trouxe, com sinceridade, tanta euforia quanto as outras. Se é necesário, vamos enfrentá-las da melhor maneira possível.

Faltou falar de Língua Portuguesa, que foi prejudica pelo já mencionado debate, mas até agora, nada muito surpreendente. Que continue assim.

Não conheçemos ainda a História da Igreja, pela qual, particularmente tenho muita sede.

O Hebraico ficou por último, pois ainda estou digerindo a primeira aula. Como é complicado, ainda mais quando se sabe que no lugar de cinco, temos 16 vogais. E a escrita? Deveria ter prestado mais atenção aos desenhos de meus filhos. Com certeza, na hora de escrever em hebraico, isso me ajudaria muito.

Até a próxima semana....

16.8.04

Primeira Semana

É uma realidade nova para mim, compreender a diferença entre seminário e academia. Isso porque estive voltado toda a minha vida para a idéia de que o estudo de Teologia estava relacionado com o preparo de alguém que iria, no futuro assumir um chamado divino para o pastorado. É muito interessante saber que existem pessoas que estão no curso de Teologia, somente para agregar conhecimento. Isto ajuda-me a dismistificar o sentido "Teológico-religioso" que foi formado em minha mente. Mas, em contrapartida aos que querem somente absorver conhecimento, existem aqueles que já acham que detem o conhecimento. Intimamente, tenho dificuldades de entender isso.

A alegria do começo, mistura-se com a frustração da desinformação total por parte dos "organizadores" da faculdade e daquelas aulas que são somente apresentações. De certa forma, pude tirar proveito das apresentações sejam elas de professores ou alunos. A turma é plural, não no sentido da religião ou doutrina de cada um, mas no sentido do conhecimento ou do desejo de adquiri-lo. No primeiro momento, isso é muito bom, mas causa alguns problemas, espero que superáveis ao logo do curso.

Na próxima semana, espero ter mais e melhores novidades.