Seja bem-vindo

A proposta é descrever o que penso, sem o compromisso de fazer pensar como eu penso. É também um questionar de algumas situações que me cercam, me alegram, me incomodam, enfim, me descontroem e me constroem a cada dia. Pensar sem medo de fazer um auto-flagelo de idéias que devem ser maltratadas a ponto de serem expurgadas, se preciso for. Pensar e repensar no que creio e no que deixo de crer.

Se eu conseguir pensar sobre o que penso e de alguma forma multiplicar o que penso, seja para que outros pensem parecido, ou para que outros pensem exatamente o contrário do que penso, me fazendo repensar, ficarei satisfeito.

(no começo, eram reflexões sobre as aulas de Teologia no Centro Universitário Bennet)

4.3.05

Os homens e seus sofrimentos

Amigos da turma e amigos leitores. Esse texto não é nenhuma consideração de matérias da faculdade. Acho que o objetivo dele é somente considerar sobre a vida, sobre mim mesmo.

Este reinício tem sido um tanto quanto traumático pra mim. Vocês partilharam dos mesmos problemas administrativos da faculdade e sabem que isso foi (e ainda é) muito chato.

Aliado a isso, tive perdas irreparáveis no começo do ano e isso dói. Aliás dor é algo que, infelizmente nossa sociedade pseudo-religiosa trata como se fosse coisa de outro mundo. A maioria de nós mesmos nos descreve de uma forma tão absurda que ao invés de sermos vistos como homens que sofrem, mas parece que deveríamos usar aquela roupa ridícula de Super-Homem.

Estou me questionando os porquês disso tudo. Por que não se pode sofrer, chorar, angustiar-se, deprimir-se?

Somos sempre levados a pensar que o Eterno resolve todos os nossos problemas, que está sempre conosco, que nos dá a mão quando precisamos e todas estas coisas que vocês conhecem de sobra.

Na maioria das vezes não nos é permitido ser aquilo que considero ser o que de melhor nós temos: Falíveis.

Temos que acertar sempre; não podemos nos deixar cair em tentação; não podemos viver uma vida simples como qualquer mortal porque sempre haverá um a apontar as falhas.

Homens sofrem, sentem dores, falham, se corrompem e esta realidade não tem como ser simplesmente apagada. Nunca vi o Filho negando esta realidade tão presente na humanidade.

Acho que estou meio melancólico, mas é o que sinto e não vou ficar me vestindo de uma persona que mostra para o meu exterior que tudo vai bem quando não é isso que vejo.

A esperança é só uma: que Ele, o Eterno, continue nos vendo da forma que Ele sempre viu: somos falhos e não sabemos o que fazemos.

Que Ele continue sempre nos permitindo sofrer, chorar, inquietar e sobre tudo ser o que mais sabemos ser: seres humanos.